Eduardo Leite cometerá irresponsabilidade fiscal se privatizar CEEE, diz ex-presidente da empresa

Gerson Carrion defende direito do plebiscito e lembra resultado das privatizações do governo Britto. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Se o governo Eduardo Leite der continuidade ao projeto de privatização e de eliminação das empresas que compõem a matriz energética do Estado, estará incorrendo em uma irresponsabilidade fiscal que agravará a crise financeira do Estado e comprometerá o futuro das novas gerações. A afirmação é do ex-presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Gerson Carrion, que elaborou um documento para alertar a Assembleia Legislativa, o Executivo e à sociedade em geral das conseqüências de privatizar a CEEE e as demais empresas do setor energético do Estado (Companhia Riograndense de Mineração e Sulgás). Caso a empresa seja privatizada, diz Carrion em entrevista ao Sul21, “o Estado assumirá passivos expressivos superiores a 5,5 bilhões, em contrapartida ao recebimento de R$ 2 bilhões com a venda dos ativos elétricos das empresas públicas do grupo CEEE”.

Presidente da companhia no governo Tarso Genro, Gerson Carrion avalia que o projeto de privatização dessas empresas tem uma base puramente ideológica que está na contramão do que vem ocorrendo em países como Alemanha, França, Espanha e Portugal que estão reestatizando serviços públicos privatizados em décadas passadas. Ele também critica a posição do governador Eduardo Leite que pretende extinguir a exigência do plebiscito para a privatização dessas empresas por se tratar, supostamente, de um tema complexo demais para a população decidir:

“Esse argumento do ‘tema muito complexo vou colocar na conta de uma expressão descuidada do governador, talvez pela sua juventude. É exatamente o contrário do que ele diz. O povo gaúcho, nas questões mais complexas, sempre fez questão de se posicionar de forma protagonista e de vanguarda em âmbito estadual e nacional, como aconteceu na Revolução Farroupilha e na Campanha da Legalidade, só para citar dois casos”. (Leia aqui a íntegra da entrevista)

Sobre maweissheimer

Bacharel e Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho com Comunicação Digital desde 2001, quando foi criada a Agência Carta Maior, durante a primeira edição do Fórum Social Mundial. Atualmente, repórter no site Sul21 e colunista do jornal Extra Classe.
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