
Dieter Wartchow: “Sempre defendi a gestão pública na área de saneamento por entender que, tanto o acesso a uma água segura quanto ao saneamento, são direitos”. (Foto: Maia Rubim/Sul21)
A proposta de Parceria Público-Privada apresentada pelo governo José Ivo Sartori (PMDB) para executar obras de esgotamento sanitário em municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre é um excelente negócio para as empresas privadas e para os acionistas da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento), mas apresenta enormes riscos para os municípios e para os usuários. O alerta é de Dieter Wartchow, ex-presidente da companhia e professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Wartchow elaborou um estudo sobre a proposta de PPP apresentada pelo governo Sartori. Para ele, essa proposta apresenta vários erros de abordagem, no uso dos indicadores, é incompleta e oferece riscos aos usuários que terão que pagar mais e arcar com os custos das ligações de esgoto.
Em entrevista ao Sul21, Dieter Wartchow fala sobre o estudo que realizou, detalha os riscos do projeto e aponta um total desconhecimento, por parte dos prefeitos das cidades envolvidas, desses riscos e também das receitas potenciais às quais seus municípios abrirão mão. “Há riscos enormes. Os municípios abrem mão de potenciais receitas e os usuários pagarão mais, pela falta de conhecimento de prefeitos e vereadores que autorizarem a PPP como proposta”, afirma. Já a empresa que vencer a licitação, acrescenta, terá um superávit de aproximadamente R$ 6 bilhões nos 35 anos de contrato previstos na proposta. (Leia aqui a íntegra da entrevista)