
Na avaliação de Tarso Genro, ZH busca desfocar as responsabilidades do governo atual, sobre o que acontece com a economia, nas políticas sociais e na segurança pública do Rio Grande do Sul. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
O ex-governador Tarso Genro publicou uma nota, na manhã deste sábado (16), em sua página no Facebook, dizendo que o jornal Zero Hora, em sua edição de hoje, “omite e distorce fatos” na matéria que se reporta ao governo passado (2011-2014). Na avaliação de Tarso Genro, ZH faz isso “com a visível intenção de desfocar as responsabilidades do governo atual, sobre o que acontece com a economia, nas políticas sociais e na segurança pública do Rio Grande do Sul, situação que vem combinada com aumento de impostos, queda na taxa de investimentos e uma política de redução das funções públicas do Estado”.
A nota de Tarso identifica o que considera ser distorções e omissões graves:
Distorções graves: “Ao contrário do que diz ZH na parte conclusiva da matéria, nosso governo não ‘esgotou a margem de endividamento’, mas ampliou estas margens, possibilitando a contratação de novos empréstimos, durante a nossa gestão; tal postura possibilita, ainda no Governo atual, a captação de mais financiamentos para obras de infraestrutura; ao contrário do que diz ZH, nosso Governo diminui (não ‘aumentou’, como diz a matéria), a dívida pública, em mais de vinte bilhões de reais, fazendo-o através da nova Lei Complementar, que mudou os índices de correção da mesma, dados estes, inclusive, já publicados em ZH em outras oportunidades e agora estranhamente desapareceram”.
Omissões graves: “Faltou dizer que desenvolvemos um política industrial e de atração de investimentos inédita no Estado; que aumentamos o poder de compra dos trabalhadores de baixa renda, favorecendo amplamente o comércio no Estado (com os aumentos reais no salário mínimo regional); que instituímos o maior programa de microcrédito da história do Rio Grande (para micro e pequenas empresas); apoiamos agricultura familiar com os “Planos Safra” estaduais e outras medidas, bem como reestruturamos, totalmente, a Cooperação; captamos novos recursos para financiar obras em infraestrutura viária, que, inclusive, ainda podem ser usados pelo Governo atual. Basta ele querer”.
Tarso Genro afirma ainda que vem assumindo uma posição discreta sobre o Governo Sartori, que pretende manter, mas que vai se manifestar “sempre que for necessário para defender o legado do nosso trabalho”. Na opinião do ex-chefe do Executivo, “um Estado só sai de uma crise, como a atual, com crescimento, distribuição de renda, política industrial, políticas sociais distributivas e qualidade nos seus serviços públicos”. Para ele, os ajustes que estão sendo feitos no Estado pelo governo Sartori, só agravam a crise, ao invés de ajudar a superá-la. E conclui:
“Sempre dissemos que as escolhas não são fáceis, mas que a concentração de sacrifícios – que é feita através de aumentos de impostos e redução dos serviços públicos essenciais – penaliza principalmente os setores médios e os de baixo poder aquisitivo. É o que estamos vendo no Rio Grande. Mas é uma opção que o Governo eleito tem o direito de fazer e, para apoiá-lo, não é necessário distorcer fatos sobre governos anteriores. Espero que estes esclarecimentos ajudem a compreender o que se passa, hoje, no Rio Grande e ajudem no debate democrático sobre o nosso futuro”.