Em uma nota publicada em sua página na internet, a Associação Gaúcha de Proteção do Ambiental Natural (Agapan) reflete sobre a mobilização ocorrida em Porto Alegre em defesa das árvores do Gasômetro, ameaçadas de corte por obras da Prefeitura. O exemplo do Gasômetro, na avaliação da Agapan, é extremamente didático sobre “por que a prefeitura não cumpriu a legislação de impacto ambiental, que manda que sejam feitos estudos comparativos de alternativas locacionais e tecnológicas para resolver o problema em questão, que é a saída de automóveis do centro da cidade em direção à Zona Sul. No caso do Gasômetro, prossegue a entidade, o corte de árvores representa, mais do que uma avenida que a prefeitura quer duplicar, “uma ruptura num parque onde milhares de pessoas atravessam diariamente com seus filhos, carrinhos e tudo o mais que se leva a um parque”.
O que não está sendo dito neste debate, afirma ainda a Agapan, é que “os ambientalistas lutam por uma mobilidade urbana melhor para todos, que nos países ricos as cidades estão transformando avenidas centrais em parques e o trânsito funciona perfeitamente, que é possível elevar ou enterrar a pista para permitir que o parque não seja dividido, que somente usando as duas mãos para saída do centro e entrando no centro por outro ponto, o problema poderia ser resolvido sem gastos e destruição”. As árvores, afirma também a nota da entidade, “são a ponta de um gigantesco iceberg, que é a qualidade de vida de nossa cidade, que está sendo derretida pelos interesses especulativos de poucos”. E acrescenta:
“O cidadão tem que deixar de ser levado por posicionamentos e campanhas demagógicas e entender que todos temos os mesmos interesses de qualidade de vida, só precisamos coordená-los de forma amorosa, para que nossa cidade se torne um paraíso para a vida. Talvez, só fiquem de fora os especuladores e seus amigos…”
Foto: Cesar Cardia/Agapan